Labels:text | screenshot | font | black and white OCR: No caso das pessoas que nao entram em transe, o "toque de bolar" e feito com vistas a comprovar que de fato esta pessoa não tem a menor possibilidade de vir a entrar em transe, pois o processo iniciático de cada caso é diferente e irreversível. De qualquer forma, o recolhimento por 21 dias se faz necessário. Durante este período o abia veste-se apenas de branco, dorme de bruços sobre uma esteira no chão e passa por diversos rituais, como os ebós (limpezas rituais), sendo inserido no grupo através do aprendizado das práticas da religião. Seu orixá o incorpora e também o auxiliar do orixá, a entidade infantil chamada de "erê", que fala tatibitate e traz os recados do orixá para a mãe ou pai-de-santo. Como os erês costumam ter um comportamento traquinas, os iaôs usam um guiso (xaorô) amarrado nos tornozelos a fim de ter seus passos controlados, pois é comum que os erês tentem sair à rua. Neste período o iaô aprende a hierarquia da casa, os tabus, os preceitos, orações para o seu e para todos os outros orixás, aprende cantigas, aprende a dançar para o orixá, aprende os mitos, os cumprimentos, a linguagem ritual, suas obrigações, enfia contas para sua guias, reza, come e dorme. São vinte e um dias, em geral, em que ele permanece dia e noite na casa-de-santo (terreiro), confinado ao ronco, dele saindo apenas para os banhos rituais ou outras cerimônias necessárias para a purificação e que visam desligar o abia de suas ligações com o mundo exterior, com as doenças, os mortos, a sexualidade, enfim, da vida anterior. Purificado o corpo, inicia-se o processo de assentamento do orixá, propriamente dito